Por trás da paisagem, há sempre muito, muito mais

terça-feira, 25 de maio de 2010

Os cuidados Continuados

Mais de um ano sem escrever...
Na verdade, tive uma séria dificuldade em regressar ao blog e, por isso, foi complicado voltar a pôr aqui os pés... Peço desculpa, a todos os eventuais interessados nos meus pensamento enquanto estudante de enfermagem e, em breve, enfermeira.
Bem, neste momento estou no 4º ano de licenciatura - a terminá-lo - e vou entrar no mercado de trabalho. A sensação ainda me assusta, vou estar sozinha e vou ter que provar, talvez mais do que até agora fiz, aquilo que eu valho.
Mas não é disso que venho hoje aqui falar. Agora, estou a desenvolver estágio num centro de saúde de Lisboa, no programa de cuidados continuados integrados. Posso dizer que estou a adorar a experiência, até agora, tenho ficado "demasiado" tempo em hospitias e por isso, acredito, tenho perdido grande parte da relação enfermeiro-cliente. Peço que não me interpretem mal com isto, quero apenas afirmar que a visita domiciliária trás preciosos ganhos para esta relação. É na visitação domiciliária regular que se forjam laços verdadeiros entre o enfermeiro e o cliente. É na visitação domiciliária que entramos na casa do cliente, que passamos a fazer parte da sua vida quotidiana e é na visitação que lhe damos poder. Aquela é a casa do cliente, não do enfermeiro, independentemente da opinião técnica deste último, a última palavra será sempre do cliente. Saber isto, dá-nos, pelo menos, a sensação de um verdadeiro trabalho em parceria. Em pé de igualdade, enfermeiro e cliente constroem um projecto em conjunto e desenvolvem-no segundo as metas que AMBOS definiram.
No hospital os projectos existem, mas o cliente tende a sentir-se intimidado e a deixar a cargo dos profissionais as decisões mais importantes que, em última análise, continuam a pertencer-lhe. Trabalhar esta omissão auto e hetero imposta do cliente é um dos desafios dos enfermeiros em serviços de internamento, tão aliciante como as intervenções em cuidados continuados.
Além disso, o enfermeiro no domicílio tem que ser necessariamente um gestor de caso. É o enfermeiro neste contexto que centraliza as necessidades de prestação de cuidados de saúde, sendo através dele que se articulam as intervenções dos outros profissionais de saúde.
Em suma, esta está a ser uma experiência inesquecível, sobre a qual pretendo escrever com muito mais assiduidade do que com a que tenho escrito até agora...

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